Márcio Ronny teve ferimentos em 72% do corpo durante atentado a ônibus. Previsão da família é de que ele tenha alta definitiva em até duas semanas.
Márcio Ronny teve 72% do corpo queimado durante atentado (Foto:
Divulgação/Arquivo Pessoal)
O
entregador de frangos Márcio Ronny da Cruz, 37 anos, que teve 72% do corpo
queimado ao tentar salvar duas crianças de um ônibus em chamas, no Maranhão, se
recupera bem e já entrou na fase final do tratamento. De acordo com a irmã
dele, a educadora Assunção da Cruz Neves, a expectativa agora é sobre a
alta definitiva do Hospital de Queimaduras, em Goiânia. “Estamos
muito felizes com a recuperação dele e em até duas semanas ele deve ser
liberado. O Márcio não vê a hora de poder voltar para casa”, afirmou ao G1.
De
acordo com Assunção, todas as cirurgias de enxerto foram feitas e agora o
entregador faz apenas curativos. Por conta disso, ele está na casa em que ela e
outra irmã estão hospedadas na capital e vai até o hospital uma vez a cada dois
dias. “Ele também ainda faz a fisioterapia, que é importante para que ele
recupere todos os movimentos, mas finalmente as dificuldades estão ficando para
trás. Temos fé de que ele vai ficar 100% de novo”, disse.
O
entregador de frangos é uma das cinco vítimas dos ataques a ônibus ocorridos no
último dia 3 de janeiro, em São Luís (MA).
Ele voltava do trabalho para casa quando o ônibus em que estava, na Vila Sarney
Filho, foi incendiado. O homem teve 72% do corpo queimado quando ajudou a
retirar do veículo duas meninas, entre elas Ana Clara Santos Sousa, 6 anos. Ele
a abraçou ao sair, pois a criança estava em chamas. A garota teve mais de 90%
do corpo queimado e morreu no dia 6 de janeiro.
Márcio
Ronny foi transferido para o Hospital Geral de Goiânia (HGG) no dia 8 de
janeiro. Após passar por uma cirurgia, ele foi levado para o Hospital de
Queimaduras, no dia 13 do mesmo mês. Após um período de internação, foi
liberado para ficar em casa com as irmãs no último dia 21 de março.
Assim
que receber alta definitiva, Márcio Ronny planeja retornar para São Luís (MA),
onde mora com a família. “O processo ainda é longo e ele terá que vir a Goiânia
uma vez por mês. Sem contar que ele terá de usar malhas compressoras até que a
recuperação esteja completa. Mesmo assim, só por voltar para perto da mulher e
dos filhos dele, a alegria é imensa”, ressalta a educadora.
Homem foi transferido para Goiânia no dia 8 de janeiro (Foto: Sebastião
Nogueira/O Popular)
Segundo
Assunção, antes de partir, o entregador de frangos pretende agradecer
pessoalmente todos os médicos que o atenderam durante o tratamento em Goiânia.
“Estamos muito gratos por toda a ajuda que recebemos aqui. A batalha ainda é
longa, mas ele já é um herói por tudo o que conseguiu superar. Mas agora é só
alegria”, afirmou.
Atentado
A educadora conta que o irmão consegue detalhar bem o atentado. “Ele lembra que os criminosos abordaram o ônibus e mandaram apenas as mulheres e crianças descerem. Os homens ficaram por último, assim como a mãe e suas filhas. A mulher se enroscou na catraca e não conseguia sair. Em seguida, eles jogaram gasolina por todo ônibus e o Márcio ficou com a camiseta toda molhada”, relata a irmã.
A educadora conta que o irmão consegue detalhar bem o atentado. “Ele lembra que os criminosos abordaram o ônibus e mandaram apenas as mulheres e crianças descerem. Os homens ficaram por último, assim como a mãe e suas filhas. A mulher se enroscou na catraca e não conseguia sair. Em seguida, eles jogaram gasolina por todo ônibus e o Márcio ficou com a camiseta toda molhada”, relata a irmã.
Ao
conseguir sair do ônibus, o entregador viu que a mulher permanecia no coletivo.
“Ele não pensou duas vezes e voltou para ajudá-la, mas uma das meninas já
estava em chamas. Mesmo assim, ele a pegou no colo e foi aí que o fogo tomou
conta dele também. Quando todos saíram, o socorro veio, mas o Márcio deixou que
a mulher e as crianças fossem socorridas primeiro. Só depois, a ajuda chegou
para ele”, afirmou.
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