Empresa holandesa SBM teria pagado para obter contratos junto à estatal. Comissão interna enviará relatório à CGU, MPF e TCU.
A
Petrobras informou nesta segunda-feira (31), em comunicado publicado em jornais,
que a comissão interna instituída para investigar denúncias de recebimento de
propina por funcionários da empresa "não encontrou fatos ou documentos que
evidenciem" esse tipo de pagamento.
A
comissão foi instituída em fevereiro pela presidente da estatal, Graça Foster,
após denúncias
de que funcionários da companhia teriam recebido propina da empresa
holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas flutuantes a companhias
petrolíferas.
Ainda
de acordo com o comunicado publicado nesta segunda, a comissão interna prestou
esclarecimentos sobre o assunto à Controladoria Geral da União e ao Ministério
Público Federal. O relatório final da comissão será enviado aos dois órgãos e
ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Reportagem
publicada pelo jornal “Valor Econômico” revelou um suposto esquema de pagamento
de suborno a autoridades de governo e de estatais de diversos países, entre os
quais o Brasil.
A
denúncia foi publicada na página em inglês da SBM na Wikipedia, em outubro de
2013, mas só veio à tona em fevereiro deste ano. No texto, uma pessoa que se
identifica como ex-diretor da SBM afirma que a companhia teria pagado mais de
US$ 250 milhões em propinas entre 2005 e 2011 a empresas e autoridades em
diversos países – entre eles, o Brasil.
De
acordo com a denúncia do suposto ex-funcionário da SBM, ao menos US$ 139
milhões teriam sido pagos por meio da Faercom e da Oildrive, empresas que
trabalhavam como representantes comerciais da SBM no Brasil, e então repassadas
a funcionários da Petrobras,
para obter contratos junto à estatal.
Segundo
o "Valor Econômico", a SBM é investigada na Holanda, na Inglaterra e
nos Estados Unidos por pagamento de suborno a empresas de outros seis países,
além do Brasil.
Conforme
o jornal, a empresa holandesa informou em seu último balanço que tem portfólio
de encomendas de US$ 23 bilhões com a estatal brasileira, incluindo as
plataformas Cidade de Paraty, Cidade de Maricá e Cidade de Saquarema, em
construção.
SBM
A SBM admite que pode ter havido práticas de vendas “impróprias”. Em abril de 2102, a empresa afirma que uma investigação interna foi aberta e informada às autoridades da Holanda. As investigações se centrariam em dois países africanos e outro “fora da África”, não especificado. A empresa não informou se esse país seria o Brasil nem mencionou a Petrobras em seus comunicados oficiais.
A SBM admite que pode ter havido práticas de vendas “impróprias”. Em abril de 2102, a empresa afirma que uma investigação interna foi aberta e informada às autoridades da Holanda. As investigações se centrariam em dois países africanos e outro “fora da África”, não especificado. A empresa não informou se esse país seria o Brasil nem mencionou a Petrobras em seus comunicados oficiais.
Segundo
a empresa, foram identificadas “práticas impróprias em determinados países
africanos entre 2007 e 2011”. Durante a investigação, aponta a SBM, houve
alegações de pagamentos “inapropriados” feitos em países fora da África, “mas
até o momento nenhuma prova conclusiva de tais alegações foi estabelecida”.
Sobre
as denúncias publicadas na Wikipedia, a companhia diz que o texto “se parece” a
outro recebido via e-mail de um ex-funcionário, que teria chantageado a
companhia pedindo cerca de € 3 milhões para não tornar as informações públicas.
“A
SBM Offshore se recusou a aceitar a ameaça do ex-funcionário. Após a
notificação da decisão da companhia, a publicação foi postada na Wikipedia. A
empresa tomará ações contra o ex-funcionário”, informou a companhia em nota, na
qual também desmente que as informações publicadas constem em documentos
internos. A empresa nega as alegações de que tenha tentado “acobertar” o
assunto.
Faercom
e Oildrive
Em nota, as empresas Faercom e Oildrive, apontadas nas denúncias como intermediárias dos pagamentos de propina no Brasil, negam envolvimento. As empresas dizem ter sido representantes comerciais da SBM por mais de 30 anos, e deixaram a função em 2012.
Em nota, as empresas Faercom e Oildrive, apontadas nas denúncias como intermediárias dos pagamentos de propina no Brasil, negam envolvimento. As empresas dizem ter sido representantes comerciais da SBM por mais de 30 anos, e deixaram a função em 2012.
“As
duas companhias se orgulham de ostentar conduta ilibada e norteada pelos mais
rigorosos princípios de respeito à ética nos negócios”, diz o texto.
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