Jovem fez operação contra suor há 10 anos e meio; hospital foi processado. Justiça descartou erro médico, pois paciente teria omitido usar emagrecedor.
O
jovem Rogério Borges Teodoro, de 31 anos, ficou tetraplégico após passar por
uma cirurgia para controlar a produção excessiva de suor, em Anápolis, a 55 km
de Goiânia, e agora os pais pedem ajuda para cuidar do rapaz. O procedimento
foi feito em outubro de 2003, quando Rogério tinha 21 anos, e deixou sequelas.
Na época, a família chegou a processar o hospital responsável pela operação,
mas o caso foi arquivado, pois ficou comprovado que o paciente não informou os
médicos sobre o uso de remédios para emagrecer, e isso teria provocado as
complicações.
Rogério
foi diagnosticado com "hiperidrose", doença caracterizada pelo suor
excessivo em determinadas partes do corpo, como mãos, axilas e rosto. Ele
cursava direito, quando decidiu fazer a cirurgia. O procedimento foi realizado
por meio de um pequeno corte embaixo das axilas, mas o rapaz teve uma parada
cardiorrespiratória e falta de oxigênio no cérebro.
Com
isso, Rogério entrou em coma. "Ele fez a cirurgia de madrugada e voltou
para o quarto. À tarde, apresentou dificuldades para respirar e colocaram um
balão de oxigênio [nele].
À noite, me ligaram dizendo que ele tinha apresentado
um coágulo no pulmão e que precisaria de outra cirurgia. Depois do
procedimento, ficou na UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e entrou em
coma", lembra a mãe, a dona de casa Abadia Silva.
Depois
de 2 meses, o quadro foi revertido e o jovem recebeu alta médica. No entanto,
estava tetraplégico e com paralisia cerebral. Desde então, a mãe luta para
cuidar do filho. "Eu tenho problemas na coluna e, mesmo assim, me esforço
muito para ajudá-lo", diz.
Com
o filho tetraplégico, tudo precisou ser adaptado em casa. A porta do banheiro
foi trocada para a passagem da cadeira de rodas, e o quarto recebeu uma cama
hospitalar, onde Rogério passa a maior parte do tempo.
Rapaz cursava direito quando passou por cirurgia, em Anápolis (Foto:
Reprodução/TV Anhanguera)
O
pai do jovem, Solimar Teodoro da Silva, também é doente e precisou deixar o
trabalho para cuidar do filho. O gasto mensal com alimentação e medicamentos
chega a quase R$ 4 mil, razão pela qual a família pede ajuda. "Ele entrou
andando no hospital, feliz da vida, e saiu desse jeito. Só pode ter havido
algum erro, pois se fosse um acerto ele não estava assim", afirma.
O
Hospital Jardim América, onde foi feita a cirurgia, chegou a ser processado,
mas a família perdeu a ação em primeira instância e o caso foi arquivado em
2012.
Segundo
o advogado que representa o hospital, João Bosco Luz, a unidade deu toda a
assistência financeira à família na época da operação, até que uma perícia comprovou
que não houve erro médico. Ainda de acordo com o advogado, a análise do
especialista comprovou que as complicações foram causadas porque Rogério fazia
uso de remédios para emagrecer e não comunicou os médicos sobre isso antes da
cirurgia. Por esse motivo, a Justiça deu ganho de causa para o hospital.
Sem
perspectivas de melhoras do quadro físico de Rogério, a família tenta se
conformar com as antigas lembranças de um jovem sorridente que tinha muitos
planos, entre eles o de ser cantor sertanejo. O rapaz chegou a gravar um CD e a
formar dupla com um colega, mas os projetos foram interrompidos em função das
sequelas da operação.
Pai abandonou o emprego para ajudar a
cuidar do filho e pede ajuda (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Fonte
e foto: G1 - Goiás
Edição:
Nova Glória News
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