Câmeras mostram dois homens fardados invadindo casa em Goiânia. Deic apura caso e diz que reconhecimento da autoria do crime foi feita à PM.
Homem fardado arromba porta da casa de vítimas, em Goiânia (Foto:
Reprodução/ TV Anhanguera)
A
Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) investiga se houve
participação de policiais militares no roubo de uma casa em um condomínio
fechado, em Goiânia.
Os suspeitos usavam fardas semelhantes às da corporação e fizeram um casal
refém. De acordo com o delegado Paulo Ribeiro, do Grupo de Repressão a Roubo em
Residência, uma das vítimas e uma testemunha reconheceram os agentes durante um
processo administrativo da Polícia Militar. “Eles foram reconhecidos, mas agora
precisamos que os envolvidos prestem novos esclarecimentos”, disse ao G1.
Segundo
o delegado, a testemunha e o casal que foi vítima do assalto foram convocados
para depoimento na Deic, mas não compareceram. “Apesar das explicações que eles
deram à PM, precisamos formalizar o processo da Polícia Civil. Como eles não
foram mais localizados, estamos de mãos atadas. Mesmo assim, continuamos
realizando diligências para tentar comprovar se houve ou não a participação dos
policiais militares no crime”, ressaltou Ribeiro.
O
assalto aconteceu no último dia 13, no Setor Santo Antônio. Imagens das
câmeras de segurança da casa mostraram quando os criminosos pararam em frente
ao local (veja vídeo
abaixo). Um rapaz, que não está fardado, destrói o cadeado do
portão do condomínio. Eles seguem para a residência e, para entrar no imóvel,
um dos supostos policiais chuta a porta até conseguir arrombá-la.
Dois
homens entraram na casa e outro ficou do lado de fora dando cobertura. Ao
perceber que a residência tinha sido invadida, a dona do imóvel, que prefere
não ser identificada, perguntou quem era: “Eu perguntei: ‘Quem é?’. Falaram: ‘É
a polícia. Fiquem quietos. É a polícia, se olhar eu mato”. Os criminosos
perguntaram onde estavam os objetos de valor. Eles roubaram televisores,
videogame, computadores, joias, relógios e celulares e conseguiram fugir.
O
caso foi inicialmente registrado no 8º Distrito Policial de Goiânia e, na
ocasião, a Polícia Militar instaurou um processo administrativo para apurar o
caso. De acordo com o coronel Divino Alves, porta-voz da PM, todos os
dados colhidos foram repassados à Polícia Civil. “Existe a suspeita e alguns
indícios da participação de policiais militares, mas não conseguimos comprovar
a materialidade do crime”, afirmou ao G1.
Segundo
Alves, se ficar comprovado que agentes são os autores do roubo, eles podem ser
até expulsos da corporação.
Com
a conclusão do procedimento da PM, o caso foi repassado para a Deic.
“Reforçamos o pedido para que as vítimas e testemunhas compareçam para o
depoimento. Isso é fundamental para o andamento do inquérito policial e,
posteriormente, que o caso seja remetido ao Judiciário”, concluiu o delegado.
Suspeitas
Enquanto os assaltantes estavam dentro do imóvel, um vizinho estranhou a movimentação e olhou pela janela. O criminoso fardado que dava cobertura aos que tinham entrado no imóvel falou ao homem para ficar tranquilo, pois eram policiais.
Enquanto os assaltantes estavam dentro do imóvel, um vizinho estranhou a movimentação e olhou pela janela. O criminoso fardado que dava cobertura aos que tinham entrado no imóvel falou ao homem para ficar tranquilo, pois eram policiais.
“A
pessoa virou pra mim e falou para não sair de dentro de casa. Percebi que era
um policial”, informou o vizinho, que não quis se identificar. Essa
movimentação também foi registrada pelas câmeras de segurança.
A ação traumatizou as vítimas, que disseram em entrevista à TV Anhanguera que iriam se mudar do local. “Nós queremos, inclusive, mudar de estado. Vamos mudar. Não sabemos nem como a gente vai dormir porque a cena não sai da nossa cabeça”, lamenta o dono do imóvel. A mulher dele reclama da insegurança: “Se foi polícia que prendeu a gente, quem vai proteger?”, questionou.
A ação traumatizou as vítimas, que disseram em entrevista à TV Anhanguera que iriam se mudar do local. “Nós queremos, inclusive, mudar de estado. Vamos mudar. Não sabemos nem como a gente vai dormir porque a cena não sai da nossa cabeça”, lamenta o dono do imóvel. A mulher dele reclama da insegurança: “Se foi polícia que prendeu a gente, quem vai proteger?”, questionou.
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