Em Goiânia, cerca de 300 caminhões-tanques aguardam para abastecer. Fila é causada por nova medida da ANP, que obriga análise do produto.
A
alteração na forma de carregamento impõe um teste de qualidade do produto e foi
definida, em novembro do ano passado, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP). No entanto, só entrou em vigor na última
segunda-feira (24), pois as distribuidores tiveram o prazo de até 120 dias para
se adaptarem à mudança. A medida, segundo a agência, tem como objetivo garantir
maior qualidade ao combustível. No entanto, os caminhoneiros reclamam que o
processo de abastecimento, que antes demorava cerca de 3 horas, agora está
demorado mais de um dia.
O
diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo no Estado
de Goiás (Sindiposto), Gustavo Faria, alerta que o problema na distribuição
pode afetar as bombas de combustível em Goiânia e no interior. “Nós corremos um
sério risco de ter uma falta de combustível. Hoje, nossa base está trabalhando
com somente 50% da capacidade de entrega em função dessa portaria”, estima.
Nas
cidades do interior, o problema pode ser ainda mais grave. “Os caminhões chegam
e não conseguem carregar. O estoque só dá para hoje, amanhã já não tem mais
petróleo. Está precário, porque está prestes a não ter combustível”, afirmou o
caminhoneiro Abádio Machado, que transporta combustível para a cidade de Padre Bernardo,
Entorno do Distrito
Federal.
A
ANP informou que não há risco de desabastecimento, pois a maior parte do
combustível comprado pelos postos é transportado direto das distribuidoras até
os próprios locais de venda. Nesse caso, a análise é feita no próprio posto,
não havendo atraso na entrega do produto.
Atraso no carregamento de combustível pode gerar falta do produto (Foto:
Reprodução/TV Anhanguera) Mudanças
Os caminhoneiros alegam terem sido pegos de surpresa pelas novas regras na segunda-feira. “Ninguém sabia. Tinha que ter avisado, porque aí, talvez, eu nem vinha”, reclamou o motorista Júlio César de Barbosa.
A
demora em carregar o produto gera prejuízo aos profissionais. “Eles recebem
pelo frete. Se ele não fez a viagem, não tem como colocar combustível, pagar
prestação, colocar pneu. O caminhão parado é dinheiro parado”, explica o
caminhoneiro Paulo Roberto.
Os
caminhoeiros contam que, antes da nova medida, os caminhões tinham de retirar
uma ordem de carregamento, entravam na fila para carregar e, por fim, recebiam
um documento identificando a origem e a qualidade do produto. Todo o processo
demorava aproximadamente três horas.
Voltas
no pátio
Agora, além dos documentos, os motoristas afirmam que precisam dar quatro voltas no pátio da Petrobras depois de carregar o combustível e colher uma amostra do produto para a análise, o que demora cerca de uma hora. Somente depois de aprovado a qualidade é que o caminhão é liberado. Nesse novo processo, os motoristas chegam a gastar 24 horas para conseguir transportar o produto.
Agora, além dos documentos, os motoristas afirmam que precisam dar quatro voltas no pátio da Petrobras depois de carregar o combustível e colher uma amostra do produto para a análise, o que demora cerca de uma hora. Somente depois de aprovado a qualidade é que o caminhão é liberado. Nesse novo processo, os motoristas chegam a gastar 24 horas para conseguir transportar o produto.
A
ANP nega que a nova resolução obrigue os motoristas a darem voltas pelo pátio
da central da Petrobras depois de carregados e que exige apenas que seja feita
a análise do combustível que foi colocada no reservatório do veículo.
Além
no atraso do carregamento, esse novo método adotado também está gerando um
outro problema. Caminhões que trazem o combustível da refinaria de Paulínea, em
São Paulo, para abastecer a central, também não estão conseguindo descarregar o
produto. “A gente depende dos caminhões que saem. Se um caminhão não sai, a
gente fica aqui parado”, disse o motorista Marcos Machado. Dessa forma, os
tanques da Petrobras podem atingir um nível muito baixo.
Edição:
Nova Glória News
Siga
Nova Glória News no Facebook
Siga
Nova Glória News no Twitter
0 comentários:
Speak up your mind
Tell us what you're thinking... !